09 de fevereiro de 2018
Hoje é meu aniversário e
eu faço 26. Sinto uma mistura de prazer e angústia ao mesmo tempo. Vivi tanta
coisa até aqui, mas eu queria ter vivido mais... ter conquistado mais. Eu fiz
planos, sabe? Eu sei, todos nós fazemos planos que, no fim, nunca são
concretizados. Mas me imaginar a 10 anos atrás imaginando o sucesso aos 26 é
frustrante.
Mas o que é sucesso, afinal? Um monte de sonhos realizados que
nem são nossos sonhos de verdade? Sucesso não seria olhar sua vida com leveza e
consciência tranquila? Esse tipo de sucesso que a sociedade almeja para nós é
só uma padronização social.
Faculdade, um emprego “ideal”, uma casa própria, um casamento
perfeito, filhos, a vida perfeita dos filhos, saúde, viagens, carisma,
glamour... e a felicidade plena e verdadeira. Tudo dentro do mesmo balde. Isso
existe? Não, eu não acho que isso exista para a maioria de nós. Mas todos
querem que acreditemos nisso, que nos cobremos, que entremos nessa busca
implacável pelo “sucesso”. E assim, esquecermos até de viver.
Eu não quero me fazer perguntas difíceis porque eu acho a
Filosofia um porre. Mas porra! São meus 26 e eu também não quero me cobrar e me
sentir frustrada por não ter nada disso. E eu sou feliz com nada disso. Não
tenho um emprego “ideal” e eu sou tão feliz com o meu trabalho.
Saúde? Kkkk Serve meia visão? Eu agradeço tanto aos céus por
ainda ter um pouco de visão para escrever isso agora. E olha... eu sou feliz
pelo que aconteceu. Isso é verdadeiro, sabia? Eu ainda estou viva e eu ainda
posso ver... Isso, essa sensação... isso é meu! E eu sou grata a todo
amanhecer.
“Quando é seu casamento?” Isso é tão importante para alguém
que não sou eu? Eu sou tão completa quando acordo pela manhã e vejo alguém me
olhando com ternura. Que me diz com os olhos que estamos felizes ali, naquele
momento. E que não precisamos de um dia ideal pra felicidade. Por que não todos
os dias?
Eu sou feliz quando penso num nome bem ridículo pro nosso
filho e imagino todo mundo tendo um ataque de risos só de tentar falar o nome
dele. Nessas horas eu penso que ainda não estou preparada e que é melhor fazer um tour pela América
Latina primeiro. Concorda comigo?
São 26 muito bem vividos. Eu tenho uma história! UMA PUTA DE
UMA HISTÓRIA DE VIDA DE FAZER SPIELBERG CHORAR! Isso já é tanta coisa! É mais
do que muitos esperavam de mim. Essa história é importante pra mim porque sou
eu quem carrega as cicatrizes. Sou eu quem tem as lembranças inesquecíveis de
choros absurdos e risos exagerados. Sou eu quem transformou tudo, toda dor e
peso nas costas, em uma pluma leve e serena. Eu sobrevivi e só eu sei.
Só eu sei e não preciso provar nada porque está estampado na
minha cara. Ninguém vê 26 porque marcas falam mais que números.
E eu admiro quem apenas vive. Quem não tá nem aí pro sucesso
padronizado. Eu admiro quem descobre que o sucesso não é nada disso. Que a
felicidade não tem nada a ver com status. Que a vida é curta demais para não
quebrar regras e seguir um caminho diferente, experimentando pequenos prazeres.
Admiro quem entende que a felicidade não é um pote de ouro no final do
arco-íris. Eu nem sei o que é a felicidade, mas certamente não é isso.
Definitivamente não é isso.
Esse é o primeiro dia dos meus 26 e eu me orgulho de quem
escreve isso agora. E tudo que eu quero é não permitir que ninguém me fale o
contrário. E quantos podem dizer isso de si? Seria este o sucesso tão
distorcido? Eu também não sei, mas é suficiente para mim.
Você terá muito mais a dizer quando fizer o dobro da sua idade...quase a minha(vou fazer 51), pois terá muita gente te querendo bem, novas amizades, correspondentes, clientes, apenas pessoas que te querem muito bem!
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